O Que Não Funciona no Tratamento da Hiperatividade & Deficit de Atenção
Atenção!
Este é um artigo que poderá ser considerado polémico, ofensivo ou discriminador.
Não é a minha intenção ofender ninguém.
A minha intenção é ajudar as pessoas que procuram respostas, ajuda e tratamento para a hiperatividade e/ou deficit de atenção.
Este artigo é apenas a minha opinião que formei durante estes anos, através de muita pesquisa, análise de estudos credíveis sem interesses monetários e resultados obtidos pelas pessoas que procuraram a minha ajuda.
Como eterno aprendiz, estarei receptivo à sua opinião, aos seus argumentos e indignação.
Analisarei e considerarei os comentários deixados no final do artigo.
Se de acordo com os novos argumentos ou factos apresentados, achar que estava errado, assumirei a minha ignorância, corrigirei o artigo e dar-lhe-ei o devido crédito.
Leia o artigo até ao fim porque eu deixo um pensamento para que possa refletir e faço-lhe um pedido.
Muitas vezes a frustração, o desespero e a angustia dos pais é tão grande que estes estão dispostos a tentar de tudo para encontrar uma solução.
E é nesta situação que muitas vezes os pais se deixam ir em argumentos que parecem fazer todo o sentido, mas que depois não trazem quaisquer resultados.
Existe também a esperança de que “e se é este o tratamento eficaz que nos irá trazer tranquilidade à nossa vida?”.
Eu vou lhe dar uma das melhores e mais eficazes estratégias para tratar/controlar os sintomas da hiperatividade e/ou deficit de atenção.
Saber o Que Não Funciona
Um dos pontos mais importantes no tratamento da hiperatividade é saber o que não funciona para evitar:
- desperdiçar tempo e dinheiro
- prolongar o sofrimento
- e no fim ficar desiludida e ainda mais frustrada e sem saber mais o que fazer
Mas principalmente para evitar técnicas e suplementos que não foram devidamente testados em relação à sua segurança, quando utilizadas ou consumidos por crianças.
Por exemplo, suplementos que poderão ser altamente tóxicos ou alguma técnica que poderá causar danos cerebrais irreversíveis.
Não utilize nenhuma das opções desta secção. Assim vai certificar-se de que irá ter os resultados pretendidos e sem qualquer complicação porque o tratamento não tem efeitos secundários, se seguir todas as indicações.
Pseudociência
Primeiro que tudo deixe-me apresentar-lhe o conceito de pseudociência.
A pseudociência engloba todo o tipo de informação que se diz ser baseada em factos científicos, mas que não
resulta da aplicação de métodos científicos.
Em seguida mostro-lhe alguns tratamentos baseados em pseudociência e que não tem qualquer efeito benéfico no tratamento da hiperatividade.
Homeopatia no Tratamento da Hiperatividade
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Terapia ou Cura Através dos Cristais
A terapia dos cristais ou cura através dos cristais é outra pseudociência e que emprega pedras e cristais que supostamente têm poderes de cura, embora não haja nenhuma base científica para suportar essa afirmação.
O método consiste na colocação de cristais em diferentes partes do corpo, correspondendo muitas vezes às “chacras” ou então o praticante coloca cristais ao redor do corpo numa tentativa de construir uma “rede de energia”, que é suposto cercar o cliente com energia de cura.
Não faz qualquer sentido, não funciona e não existe qualquer prova científica da sua eficácia.
Flores ou Florais de Bach
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Hipnose ou Hipnoterapia
Pessoalmente acredito que poderá ajudar no tratamento de condições como a ansiedade, mas em relação à hiperatividade os poucos estudos realizados não demonstram eficácia.
A principal razão pela qual não é eficaz é que se está a tentar tratar primeiro a parte psicológica antes da parte física e química do cérebro.
Acupuntura
A acupuntura é eficaz e funciona em muitas outras situações, mas não existe qualquer evidência científica da eficácia no tratamento da hiperatividade.
Um dos tipos de condições que parece tratar com eficácia são as doenças respiratórias como asma, bronquite, etc.
Mas o meu conselho é que pesquise bem a clínica de acupuntura porque a experiência e competência do acupuntor por fazer com o tratamento seja eficaz ou fazer parecer que não é nada eficaz.
Em Portugal aconselho que comece a sua pesquisa pelas clínicas Pedro Choi. Eu não tenho qualquer relação ou interesse comercial com o Pedro Choi ou com as suas clínicas. Eu fui cliente e o tratamento que utilizei, resultou comigo
Cafeína
A cafeína é bastante prejudicial para o cérebro em desenvolvimento de uma criança, poderá ver um artigo aqui – https://ajudah.com/cafeina-deficit-atencao-hiperatividade/
Aromaterapia
Aromaterapia é um ramo da fitoterapia que consiste no uso de um tratamento baseado no efeito que os aromas de plantas são capazes de provocar no indivíduo. A aromaterapia usa o óleo das plantas para tratar as doenças e condições das pessoas.
A aromaterapia poderá ter alguns benefícios para a hiperatividade mas os efeitos têm sempre uma duração curta, 1 hora ou menos e os potenciais riscos, quando mal aplicada, não compensam.
Os óleos são extremamente concentrados e se forem tomados acidentalmente pela via oral poderão ser tóxicos para o organismo, principalmente para o cérebro e causar danos irreversíveis nos rins.
PNL – Programação neurolinguística
A programação neurolinguística ou PNL consiste em programar ou reprogramar a mente das pessoas através do uso da linguagem.
Baseia-se num conjunto de modelos, estratégias e mudanças de crenças que as pessoas utilizam com o objetivo de conseguirem alcançar objetivos, mudar a forma de pensar ou a forma como encaramos as situações.
A PNL defende a ideia de que a mente, o corpo e a linguagem interagem para criar a perceção que cada indivíduo tem do mundo, e tal perceção pode ser alterada pela aplicação de uma variedade de técnicas.
Pessoalmente acredito na eficácia da programação neurolinguística para ajudar a tornar a vida das pessoas mais organizada, disciplinada e mais produtiva.
Mas a PNL é mais eficaz em adultos porque requer um certo nível de consciência que as crianças ainda não têm. E é eficaz apenas depois de tratarmos da parte física e química do cérebro.
Acompanhamento Psicológico Antes de se Tratar a Parte Física e Química do Cérebro
O acompanhamento psicológico como tratamento isolado poderá funcionar quando o profissional é muito competente e quando o grau de hiperatividade e deficit de atenção não é muito grave.
A hiperatividade é uma condição física e química.
Física porque as pessoas hiperativas tem certas regiões do cérebro subdesenvolvidas.
Química porque a produção e movimentação de certos neurotransmissores não é feita de forma mais eficaz no cérebro.
O comportamento das crianças hiperativas não resulta de um episódio ou de um trauma, mas são o resultado de um cérebro como algumas características genéticas e que foi afetado por alguns fatores ambientais e que não funciona a 100%.
Por isso é que é importante e muito mais eficaz tratar primeiro a parte física e química e só depois, se necessário, recorrer a ajuda de um psicólogo para ajudar a ultrapassar os traumas causados e consequência do comportamento de uma pessoa hiperativa com por exemplo melhorar auto estima ou ajudar nas relações sociais.
Resumindo, trate primeira a parte física e química e só depois, e se necessário, procure a ajuda de um psicólogo.
Castigar e Bater
Os pais das crianças hiperativas costumam punir, física e/ou psicologicamente, os seus filhos pelo mau comportamento ou insucesso escolar.
Infelizmente, esta tática não é eficaz, porque o seu filho não consegue controlar a sua energia.
Ao estar a punir seu filho, você a reforçar a ideia de que ele está errado em vez de que tem uma forma diferente de aprender e compreender as situações.
Outro problema com os castigos comuns como castigar ou bater é que se são desagradáveis para as crianças normais, são muito mais para as crianças hiperativas.
Por exemplo, o envio de uma criança para o quarto dela de castigo ou privá-la de uma atividade favorita são as punições que são mais difíceis para uma criança hiperativas aguentar.
Vai apenas causar revolta e um comportamento desafiante à sua autoridade criando um ciclo vicioso.
Como regra geral, é melhor usar estratégias positivas de reforço para qualquer criança, mas especialmente para uma criança hiperativa.
Uma razão para isso é que o seu filho provavelmente experimenta a rejeição e o fracasso na escola e precisa desesperadamente de um lugar seguro em casa, onde ele se possa sentir aceite como ele é.
Tente eliminar a punição clássica da sua forma de educar, você irá melhorar o seu relacionamento com seu filho e ajudá-lo de forma mais eficaz.
A Medicação a Médio e Longo Prazo Como Único Tratamento
Eu não quero dizer que a medicação não é eficaz no tratamento da hiperatividade, porque na realidade é eficaz.
A diferença entre o antes da medicação e o depois da medicação é notória.
O que eu digo é que a medicação como único tratamento não é eficaz a médio e longo prazo e vou explicar-lhe porquê.
O corpo humano é uma “máquina” extremamente versátil e adaptável.
Quando começamos a ingerir uma substância que vai alterar o normal funcionamento de um sistema do organismo, ele vai reagir para se defender e tentar deixar de ser tão sensível à substância.
Foi assim que fomos programados pela natureza pelos fatores ambientais pelas experiências que fomos vivendo e assim é que funcionamos há milhares de anos.
Esta forma de defesa do organismo é conhecida como “ganhar tolerância à medicação” ou seja vai ser necessária uma dose cada vez maior para ter os mesmos efeitos.
Por isso é que eu recomendo não dar seu filho um suplemento mais de 60 dias para que quando volta a dar lhe tenha a mesma eficácia do princípio.
Outra das razões pela qual a medicação sozinha não é um tratamento eficaz e que esta apenas ajuda com a concentração e impulsividade mas não ajuda com a motivação, organização, disciplina e responsabilidade.
Como já sabe hiperatividade não é apenas falta de concentração e comportamento impulsivo.
O tratamento da hiperatividade deve englobar estratégias que ajudem a criança a desenvolver todas estas características essenciais para que se torne um adolescente e mais tarde adulto perfeitamente funcional e independente.
Pensamentos finais
Uma questão que praticamente todos os especialistas em hiperatividade e/ou deficit de atenção parecem estar de acordo é que é uma condição/desordem genética.
Sendo uma condição genética tem sido passada/transmitida de geração para geração ou seja de pais para filhos.
Se tem sido passada/transmitida de geração para geração, porquê é que só nos últimos anos se tem manifestado no comportamento das pessoas?
Eu pessoalmente acho que:
- A hiperatividade e/ou deficit de atenção esteve sempre presente, manifestava-se de outras formas. Nunca foi feito a associação a comportamentos hiperativos e impulsivos como no meio de uma discussão, de cabeça quente, sem pensar nas consequências, puxar de uma arma e matar a outra pessoa. Ou gravidez na adolescência onde no calor do momento não se pensa nas consequências. Ou ainda, talvez a mais relacionada, o consumo de drogas, já que muitas drogas tem um efeito parecido ao da medicação para a hiperatividade e/ou deficit de atenção. Logo ao estar a consumir drogas, a pessoa vai sentir menos inquietação, mais tranquilidade e conseguir concentrar-se melhor. Ou seja o cérebro “vai funcionar de uma forma mais normal”.
- A hiperatividade e/ou deficit de atenção esteve sempre presente mas o estilo de vida atual exercem um efeito negativo muito maior sobre a combinação genética específica dos hiperativos, o que se vai manifestar num conjunto de sintomas.
Obrigado por ter lido o artigo até ao fim e agora vou-lhe pedir um peço-lhe um favor.
Deixe um comentário a dizer o que achou porque eu também aprendo consigo, enquanto pai/mãe de uma criança hiperativa, e estará a ajudar os outros pais que lêem este blog.